Buzina, Greg Joey, Heloisa Faria, Mauricio Duarte, estreiam nessa edição
A próxima edição da São Paulo Fashion Week acontece de 16 a 20 de novembro. Quatro novas marcas estreiam nesta edição: Greg Joey, de Lucas Danuello, reconhecida pelo design genderles; Heloisa Faria, que trabalha técnicas de moulage, Mauricio Duarte, com criações pintadas a mão e Buzina, da portuguesa Vera Fernandes, que se destaca pelo seu trabalho em sustentabilidade.
Idealizada em 2018 por Lucas Danuello, a marca leva o nome de dois personagens de uma sextape viralizada nos anos 90 na cena queer underground. Fazendo uma analogia entre a roupa e o cult, a marca prioriza novas formas de vestir e busca referências em lugares aleatórios para transitar entre o masculino e o feminino ao mesmo tempo.
A coleção a ser apresentada no SPFW se inspira em filmes de terror que se tornaram clássicos cult ao longo dos anos, como Hellraiser, Sleepaway Camp, Scream e The House On Sorority Row. A marca faz referências aos anos 80 e 90, propondo uma reflexão sobre o conceito do feio, não apenas no contexto dos filmes de terror, mas na história visual da moda em si. A coleção que será apresentada na SPFW traz silhuetas alongadas e peças amplas, com foco nos tecidos naturais, como a seda, o linho e o algodão.
Heloisa Faria — Foto: Rubens Crispim Jr
Criada em 2010, a marca Heloisa Faria é uma importante referência em economia circular. Desde 2015, Heloisa apresenta suas coleções em eventos do circuito da moda nacional. A marca estreia no São Paulo Fashion Week, na 54ª edição, em novembro, com o fashion film: “A Máquina de Sonhos”. A designer trabalha com técnicas de moulage para criar volumes novos e experimentais em suas peças, com foco especial no caimento, acabamento e conforto.
Na coleção “A Máquina de Sonhos”, Heloisa propõe uma reflexão imagética sobre a liberdade no sonho, o que os alimenta e as fronteiras entre o mundo real e o mundo onírico. A coleção traz um mix de volumes e as estampas surgem desse mergulho, com tecidos vintage garimpados e estampas psicodélicas, que aparecem aos lado da camisaria listradas e jeans, sempre presentes nas coleções da marca.
Mauricio Duarte — Foto: Divulgação
Pertencente ao povo Kaixana, o amazonense Mauricio Duarte, 27, se apresenta com um desfile digital. Em sua marca homônima, ele cria peças com cortes disfórmicos e abraça os saberes manuais e a moda com iniciativas positivas e sustentáveis. Com foco na economia circular, o estilista cria com foco nos processos criativos de maneira artesanal e slow fashion.
“Nosso propósito é transmitir através das confecções a importância dos saberes ancestrais, demonstrando em cada uma das nossas peças a mesma força das pinturas corporais do nosso povo. Acreditamos em um novo mundo de possibilidades, parcerias e oportunidades, agregando toda a riqueza cultural, ancestral e a biodiversidade existente na Amazônia.”
A marca apresenta um fashion film capturado e produzido em Manaus e proximidades da floresta amazônica, realizada por profissionais de maioria amazonense, indígena ou racializada. A narrativa é construída a partir de lembranças e vivências de Maurício em sua infância, dos caminhos da floresta e banhos em igarapés. As gravações passam por diversas locações amazônicas, iniciando na comunidade ribeirinha do Tumbira, passando pela Aldeia Indígena Inhaã Bé e conclui sua história Manaus, em frente ao Rio Negro.