A Vogue Brasil visitou nesta quarta-feira (14) o Grand Palais Éphémère para conferir de perto a mostra que exalta a perfumaria icônica da Chanel, do N°5 a coleção Exclusifs
É “a” exposição do momento em Paris: “Le Grand Numéro de Chanel”, que entra em cartaz nesta quinta-feira (15) até o dia 09 de janeiro no Grand Palais Éphémère. E o adjetivo foi bem aplicado: grandiosa é uma maneira de descrever a impressionante, no melhor sentido da palavra, instalação que celebra os perfumes da maison.
Logo na entrada, uma banda recebe os convidados e, ao abrir das cortinas, um espetáculo visual (cuja mise en scène faz lembrar os décors monumentais dos desfiles da era Karl Lagerfeld) e sensorial se revela: universo brilhante e lúdico com música, dança, artes visuais, história, atrações e, claro, perfumes.
Totalmente interativo, o percurso é dividido em salas que correspondem aos perfumes emblemáticos: N5, Chance, Bleu, Coco Mademoiselle e a coleção Exclusifs. Para entrar em cada uma é só se deixar guiar pelos frascos gigantes. É possível mergulhar no universo do N5 desde a sua criação, entrando na pele do perfumista Ernest Beaux (graças à realidade virtual) que mostra os ensaios à Gabrielle Chanel; descobrir a evolução do mítico frasco e todo cuidado de finalização (à mão), sentir o odor da rose de mai e do jasmim de Grasse (duas das flores que compõem o buquê abstrato do N5) como se você estivesse no campo, relembrar as campanhas, sentir as declinações do perfume em uma semi-bolha musical (um paralelo entre a composição de um perfume e de uma música, já que ambos partem de notas e acordes); e o melhor, ver de perto obras que homenageiam ou retomam o forte simbolismo do perfume, como as representações do frasco por Andy Warhol e Salvador Dalí, mas também obras de artistas contemporâneos, como a Pompe à Essence (2019) de Erik Salin, que brinca com o significado da palavra essence, que em francês designa cheiro mas também combustível, e Walking Chanel Perfume Bottle (2005), foto de Laurie Simmons, que evidencia a dimensão quase humana do frasco.
Por dentro da exposição Le Grand Numéro de Chanel, em Paris — Foto: Getty Images
Na sala de Chance, um backstage com dançarinos e maquiadores (maquiando os convidados) funciona como ante-sala para um cassino secreto, onde é possível jogar dados, roleta ou roda da sorte e ganhar brindes temáticos. De lá para a coleção Exclusifs, onde um terapeuta recebe os convidados, colocados diretamente no divã. Após um pequeno questionário bem-humorado, ele estabelece uma prescrição de perfumes que podem ser testados no bar à parfums montado no fundo da sala. Em seguida, o universo de Bleu de Chanel se revela na forma de uma cidade (concebida por um arquiteto) cujas luzes podem ser acesas pelos convidados através de botões, que compõem ao mesmo tempo uma música.
Por dentro da exposição Le Grand Numéro de Chanel, em Paris — Foto: Getty Images
No fim do percurso, uma surpresa: um bar speak easy clandestino, onde os “drinques” servidos são, na verdade, diferentes declinações do perfume. Para chegar à sala de Coco Mademoiselle, um corredor com lustres e frases inscritas nas paredes e ecoando nas caixas de som conduz a um jogo de xadrez gigante onde cada peça é uma atração diferente: uma leitura da palma da mão eletrônica com uma mensagem pessoal, um jogo de números… Acertou a combinação? Descubra então a sala de comando espacial que revela o universo de “Coco Mad”, como o perfume é carinhosamente conhecido.
Por dentro da exposição Le Grand Numéro de Chanel, em Paris — Foto: Getty Images
E claro que não poderia faltar a lojinha ao fim da exposição. Além de livros e do catálogo, é possível comprar todos os perfumes e objetos derivados, como jogos de cartas, de xadrez, um vinil, uma caixinha de música como mini frascos de Chance. A exposição fica em cartaz até 09 de janeiro.